A dor no tornozelo pode ter inúmeras causas.
O tornozelo é uma articulação complexa, composta por três ossos: tíbia, fíbula e tálus e estabilizada por três importantes complexos ligamentares.
Existem inúmeras estruturas como tendões, nervos e vasos sanguíneos. Em razão dessa complexidade anatômica do tornozelo e sua peculiar biomecânica, a dor e edema que acontece nesta articulação, podem ter inúmeras causas.
Na dor relacionada a uma história de trauma, temos sempre que pensar em alguma lesão dos ligamentos de estabilização do tornozelo, ou até mesmo em uma fratura que pode acontecer em qualquer um dos três ossos que formam essa articulação.
Já a dor sem uma história prévia de trauma pode estar relacionada à tendinopatia; artrite por esforço ou artrose degenerativa. Também pode estar relacionado a uma síndrome compressiva de nervo; patologias do tendão calcâneo, síndromes do impacto posterior, etc…Em vista disso, uma avaliação detalhada e especializada é sempre importante para diagnóstico e conduta adequada, uma vez que, como expliquei, edema no tornozelo pode ter causas muito diferentes.
Fraturas do tornozelo: tipos e sintomas
As fraturas do tornozelo podem ser causadas por mecanismos de trauma direto ou, com maior frequência, por trauma indireto rotacional, translacional, axial ou combinado. Um grande problema destas fraturas é que são articulares, pois afetam na estabilidade e congruência da “pinça” da articulação.
O exame físico é importante e possibilita detectar a presença de edema, equimose, flictenas e escoriações. Podemos observar crepitações à palpação e instabilidades. Deve ser feito radiografias, se possível em três incidências: AP, Perfil e mortise.
Existem alguns tipos de classificações para a fratura do tornozelo, baseadas em mecanismo do trauma, localização do traço da fratura e estabilidade da fratura. De acordo com a classificação instituímos o tratamento adequado.
O tratamento conservador é para as fraturas estáveis e sem desvios. Período de imobilização de aproximadamente seis semanas e liberação de carga depende da característica de cada fratura. Outra indicação para o tratamento conservador é quando o paciente não tem condições clínicas para ser operado.
Tratamento Cirúrgico
O tratamento cirúrgico deve ser para todas as fraturas instáveis e com desvio. Na primeira avaliação é sempre importante observar o comprometimento de pele e partes moles, porque em casos de grave comprometimento dos tecidos, fazemos um cirurgia provisória com fixador externo para melhora clínica. Somente depois é aconselhável a cirurgia definitiva de fixação interna, geralmente com placas e parafusos. Após a fixação definitiva o tempo de imobilização e tempo de ficar sem carga vai depender muito do perfil da fratura. É importante iniciar a reabilitação com fisioterapia sempre o mais precoce possível com protocolo bem definido, para diminuição de inflamação, alívio de dor e ganho de amplitude de movimento.
O que fazer para aliviar dor no tornozelo?
Em caráter de urgência algumas coisas podem ser feitas para alívio da dor no tornozelo antes de conseguir uma consulta com profissional especialista. As primeiras medidas seriam: proteger a articulação para alívio da carga, ou seja, ficar sem pisar por meio do auxílio de muletas, cadeira de rodas ou andadores. Outra coisa seria o uso de gelo, podendo ser aplicado por quinze minutos a cada três horas (lembrando sempre de proteger a pele com um pano para evitar uma possível queimadura causada pelo gelo). Elevação do membro afetado também é importante para diminuição do edema, assim como um enfaixamento leve, se possível
Como a dor no tornozelo pode ter várias causas, é muito importante a realização de uma avaliação especializada para ter o diagnóstico correto. Portanto medicações têm que ser usadas com parcimônia e sempre com a prescrição médica. Em caso de dor intensa pode-se fazer uso de um analgésico na qual o paciente tenha costume de usar.
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